Panorama de Mercado 27/06/2022

Visão de Mercado


Semana marcada pelo fechamento do mês de julho onde no noticiário corporativo teremos a divulgação do balanço de muitas empresas que podem anunciar números desafiadores diante de um cenário de custos trabalhistas mais altos, problemas na cadeia de suprimentos e os efeitos da guerra Rússia-Ucrânia pressionando possíveis cortes em suas previsões.

Se esses possíveis números ruins não afetarem as principais praças financeiras em todo o mundo, a visão para o mês de julho se tornaria menos turva e para isso, o relatório trimestral de inflação , índice CAGED leitura final do PIB dos EUA e inúmeras falas de presidentes de Bancos Centrais trarão a “sintonia” para o próximo mês de julho.

Olhando para a agenda da semana chamo a atenção do nosso cliente e leitor para a análise de algum sinal de que os preços das moradias em rápido aumento diminuíram devido aos aumentos das taxas de juros do Federal Reserve. O Índice de Gerentes de Compras, que é visto como uma medida da saúde econômica geral, para esclarecer ainda mais o estado da inflação merece também nossa atenção.

O número mais importante da semana, porém, será o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal, devemos ver progresso nesses números de inflação, ou podemos esperar outra alta de 50 ou 75 pontos no próximo encontro do FOMC.

No cenário nacional além dos números do mercado de trabalho(CAGED) cujo a expectativa é que a criação de empregos formais no setor privado deve se mantenha em alta(taxa de desemprego em 10,1%) os olhos se voltam para Brasília. De acordo com a Agência Senado, o relator da PEC 16, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), deve entregar seu relatório na tarde desta segunda-feira (27). Segundo ele, o texto deve incluir, na constituição, um aumento de R$ 200 no valor do Auxílio Brasil, um reajuste do auxílio-gás em torno de R$ 70,00 e a criação do “voucher caminhoneiro”, que será de R$ 1.000, para R$ 680 mil motoristas. Todos as iniciativas valerão até o final de 2022.

Ponto de atenção: Às tentativas dos legisladores de ampliar o escopo das medidas durante o curso da proposta!
Na quinta-feira, está previsto o relatório trimestral de inflação do Banco Central. Inicialmente, a apresentação de cenários para o índice de preços ao consumidor (IPCA) estava prevista para último dia 23, mas foi adiada por conta da greve dos servidores do BC.

Ásia
Destaque para índices de confiança na China, que saem na quarta e na quinta-feira. No Japão, tem vendas do varejo (na terça-feira), produção industrial (na quarta) e números do mercado de trabalho (na quinta).


Rentabilidade dos Treasures longos nessa tarde:

Os rendimentos do Tesouro dos EUA estavam mais altos no início da semana, com os participantes do mercado avaliando a perspectiva de os bancos centrais implementarem mais aumentos nas taxas de juros para conter a inflação crescente.

O rendimento da nota do Tesouro de 10 anos de referência foi negociado em alta de 4 pontos base em 3,171%. Enquanto isso, o rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos também subiu cerca de 4 pontos base para 3,302%Os rendimentos movem-se inversamente aos preços.



RADAR DE MERCADO



O dólar iniciava a semana com leves perdas frente ao real, em linha com a fragilidade da divisa norte-americana no exterior, embora participantes do mercado alertassem para a possibilidade de volatilidade nesta segunda-feira devido à persistência de temores político-fiscais domésticos.

Às 9:06 (de Brasília), o dólar à vista recuava 0,35%, a 5,2334 reais na venda.

Na B3, às 9:06 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,26%, a 5,2405 reais.

Na última sessão, na sexta-feira, a moeda norte-americana spot teve alta de 0,43%, a 5,2518 reais, maior nível desde 8 de fevereiro deste ano (5,2604).

Neste pregão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2022.


Os preços do petróleo desceram na segunda-feira numa sessão volátil, enquanto os investidores esperam por quaisquer movimentos contra as exportações de petróleo e gás russas que possam sair de uma reunião de líderes das nações do Grupo dos Sete (G7) na Alemanha.

A perspectiva de um abastecimento ainda mais apertado paira sobre o mercado à medida que os governos ocidentais procuram formas de cortar a capacidade da Rússia para financiar a sua guerra na Ucrânia, apesar de se esperar também que os líderes do G7 discutam um renascimento do acordo nuclear iraniano, o que pode levar a mais exportações de petróleo iranianas.
Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, incluindo a Rússia, conhecida como OPEP+, irão provavelmente aderir a um plano de aumento acelerado da produção de petróleo em Agosto, quando se reunirem na quinta-feira, segundo fontes.

Mas, por agora, as preocupações prementes de abastecimento compensaram as preocupações crescentes sobre o potencial para uma recessão global, na sequência de uma série de dados económicos pouco animadores provenientes dos Estados Unidos, o maior consumidor mundial de petróleo.

Os futuros do Brent caíram 28 cêntimos para 112,84 dólares por barril até às 0932 TMG, após uma recuperação de 2,8% na sexta-feira. U.S. West Texas Intermediate crude cai 45 cêntimos, ou 0,42%, em 107,17 dólares por barril.

Ambos os contratos caíram na semana passada pela segunda semana consecutiva, à medida que os aumentos das taxas de juro nas principais economias fortaleceram o dólar e alimentaram os receios de recessão.

Insider do Mercado - A compra no final do trimestre pode elevar as ações antes da próxima tempestade do mercado.



O mercado de ações está prestes a fechar seu pior primeiro semestre em décadas na próxima semana, preparando o cenário para um verão de incerteza e volatilidade.

Mas no curto prazo, os estrategistas veem uma janela de impulso positivo para um mercado de sobrevenda e dizem que o final do trimestre pode ser um momento para alguns ganhos rápidos. Esse período, que leva ao último dia de negociação do mês, é quando muitos gerentes de portfólio mudam seus investimentos, ou reequilibram, para compensar as mudanças nos valores de suas ações e títulos.

Marko Kolanovic, do JPMorgan, por exemplo, vê um caso em que as ações podem subir 7% na próxima semana, com base apenas no reequilíbrio. Com o S&P 500 caindo mais de 13,7% no segundo trimestre e 17,9% no ano até agora, os gestores de investimentos terão que aumentar as participações acionárias para recuperar os níveis de alocação de ativos.

“O reequilíbrio da próxima semana é importante, já que os mercados de ações caíram significativamente no último mês, trimestre e período de seis meses”, escreveu Kolanovic, estrategista-chefe de mercados globais da empresa. Ele enfatizou que a atividade de reequilíbrio geralmente não é o único impulsionador dos mercados.




Os reequilíbrios recentes foram positivos para as ações, e isso pode significar que este também será, observou ele. Por exemplo, perto do final do primeiro trimestre, o mercado caiu cerca de 10%, e houve uma alta significativa de 7% na última semana, chegando ao final do trimestre. O mesmo tipo de movimento também aconteceu no reequilíbrio menor de maio, quando as ações subiram cerca de 7% no final do mês, após uma queda de cerca de 10%.

“Isso está acontecendo em um período de baixa liquidez. Além disso, o mercado está em uma condição de sobrevenda, os saldos de caixa estão em níveis recordes e a recente atividade de venda a descoberto do mercado atingiu níveis não vistos desde 2008”, acrescentou Kolanovic.

Mas depois de um rali, alguns estrategistas já estão olhando para um terceiro trimestre agitado.

“Historicamente, o terceiro trimestre, juntamente com o segundo trimestre, são os piores trimestres do ciclo presidencial de 16 trimestres”, disse Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA. “Uma vez que a incerteza associada às eleições de meio de mandato tenha terminado, ou uma vez que o terceiro trimestre tenha terminado, o quarto trimestre, bem como os próximos dois trimestres, são os melhores do ciclo presidencial de 16 trimestres.”

De acordo com o CFRA, o S&P 500 caiu em média 0,5% no terceiro trimestre do segundo ano de mandato presidencial, após uma queda média de 1,9% no segundo trimestre. Nos dados, desde a Segunda Guerra Mundial, houve uma recuperação média de 6,4% no quarto trimestre.

As eleições de meio de mandato são em novembro, e muitos estrategistas políticos esperam uma mudança de poder para os republicanos no Congresso.

Stovall disse que, por enquanto, o mercado pode negociar em alta no início da temporada de resultados. “Se a história se repetir, do ponto de vista do tempo, teremos um salto negociável agora”, disse ele. Mas ele acrescentou que isso pode ser seguido por um fracasso no final do trimestre, e isso pode levar à capitulação.

Se o segundo trimestre terminar perto do nível atual, seria o pior primeiro semestre para as ações desde 1970 . Mas, de acordo com Stovall, um primeiro semestre ruim não significa necessariamente um ano ruim.

“Dos cinco piores desde 1929, todos os cinco foram maiores no segundo semestre e ganharam uma média de 23,7%... ”, disse Stoval.

Mercado de férias

A semana que antecede o longo fim de semana de 4 de julho parece ser bastante tranquila, embora existam alguns relatórios econômicos importantes. As corporações também podem divulgar algumas orientações sobre os lucros, principalmente se esperam perder as expectativas na próxima temporada de relatórios.

Na frente econômica, o mais importante pode ser os dados de gastos de consumo pessoal de quinta-feira, que incluem a leitura da inflação do deflator do PCE, que é observada de perto pelo Federal Reserve.

O bom relatório durável deve sair na segunda-feira. A confiança do consumidor e os dados de preços residenciais da S&P/Case-Shiller serão divulgados na terça-feira, e o ISM Manufacturing na sexta-feira.

“Meu palpite é que o mercado está tentando se recuperar agora com os rendimentos dos títulos caindo e as ações entrando em algumas sessões decentes”, disse Jimmy Chang, diretor de investimentos da Rockefeller Global Family Office. “Provavelmente pode chegar ao feriado de 4 de julho, e o verdadeiro show começa com a temporada de ganhos.”

Os principais bancos começam a divulgar resultados em 14 e 15 de julho.

“Até a segunda semana de julho, veremos qual será o tom com os lucros, e eu esperaria um mercado muito mais agitado, dadas minhas expectativas de que algumas dessas empresas derrubarão as orientações”, disse Chang. Ele disse que o que não está claro é quanto das notícias negativas antecipadas já estão precificadas, dado o declínio já acentuado do mercado.

“A orientação é crucial”, disse Quincy Krosby, estrategista-chefe de ações da LPL Financial. “O que o mercado está tentando decidir é se estamos indo ou não para uma recessão e que tipo de recessão... venda.”

As ações estavam em alta na sexta-feira, e os rendimentos dos títulos também estavam se recuperando de uma queda acentuada após a forte alta da semana anterior. O rendimento de referência do Tesouro de 10 anos atingiu 3,48% em 14 de junho , caindo para 3% na quinta-feira. Ele estava de volta em 3,13% na sexta-feira. Os rendimentos dos títulos movem-se em preços opostos.

O S&P 500 fechou a semana em 3.911 pontos, com ganho de 6,4%.




Uma grande fonte de angústia para os investidores é se a inflação continuará a aumentar e conduzir a aumentos agressivos das taxas do Fed, levando a uma possível recessão. O mercado de títulos na semana passada estava refletindo parte desse medo, depois que o Fed elevou as taxas em 0,75 ponto percentual na semana anterior e parece pronto para aumentar a taxa de fundos federais em uma magnitude semelhante em julho.

″É uma narrativa em overdrive. Você vai de temores de inflação e um aumento de 75 pontos base... para apenas perceber que quanto mais o Fed aumenta, eventualmente eles vão nos levar à recessão. Tudo isso em questão de uma semana. ”, disse George Gonçalves, chefe de estratégia macro dos EUA no MUFG.



Política Europa - Países do G-7 anunciarão proibição de importação de ouro russo à medida que sanções de Moscou se ampliam.



Os líderes das nações do G-7 anunciarão a proibição das importações russas de ouro para a invasão não provocada de Moscou à Ucrânia, confirmou o presidente dos EUA, Joe Biden, na manhã de domingo.

Enquanto os líderes se reuniam em Munique, na Alemanha, para a última cúpula do G-7, Biden foi ao Twitter para confirmar relatos anteriores de uma proibição iminente.

“Os Estados Unidos impuseram custos sem precedentes a Putin para negar a ele a receita necessária para financiar sua guerra contra a Ucrânia”, disse ele no início do domingo.

“Juntos, o G7 anunciará que proibiremos a importação de ouro russo, uma importante exportação que rende dezenas de bilhões de dólares para a Rússia.”



A medida se somaria a uma série de penalidades punitivas impostas pelo Ocidente à Rússia desde que seu ataque à Ucrânia começou em 24 de fevereiro.

As sanções visam esmagar a economia russa e incluíram proibições ou restrições às importações de petróleo e gás e ao comércio com bancos e indivíduos russos. De fato, EUA, Canadá e seus aliados europeus concordaram em fevereiro em remover os principais bancos russos do sistema de mensagens interbancárias, SWIFT , efetivamente separando o país de grande parte do sistema financeiro global.

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O governo do Reino Unido também confirmou no domingo a medida para proibir as importações de ouro russo, dizendo que se aplicaria ao ouro recém-extraído e ao ouro refinado – excluindo o ouro que pode ter vindo da Rússia, mas já havia sido exportado.
A Rússia é o segundo maior produtor mundial de ouro, segundo os últimos dados do World Gold Council , com cerca de 10% da produção mundial. A Reuters relata que suas participações em ouro triplicaram desde que anexou ilegalmente a Crimeia em 2104 e a commodity é um ativo importante para o banco central da Rússia – que já está operando sob condições severamente limitadas.

Um alto funcionário do governo dos EUA disse no domingo, segundo a Reuters, que a proibição seria anunciada na terça-feira, acrescentando que “o presidente e outros líderes do G-7 continuarão trabalhando para responsabilizar Putin”.

Política Internacional - Primeiro-ministro britânico Boris Johnson alerta que a tomada russa da Ucrânia seria ‘absolutamente catastrófica’ para o mundo.



O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, alertou no domingo que, se a Rússia obtiver sucesso em sua aquisição da Ucrânia, os resultados globais serão “absolutamente catastróficos”.

A Rússia continua seus ataques implacáveis à Ucrânia, que começaram no final de fevereiro. No domingo, as forças russas lançaram uma rodada de mísseis em Kyiv, seu primeiro ataque à capital em semanas. Vários veem os ataques como uma demonstração de desafio contra os líderes do Grupo dos Sete que se reuniram no mesmo dia para discutir os esforços para restringir e pressionar o Kremlin.

Ainda assim, Johnson instou o Ocidente a continuar apoiando a Ucrânia enquanto a guerra se arrasta. Permitir o sucesso russo pode abrir um precedente perigoso, disse ele.

“Eu apenas diria às pessoas nos Estados Unidos que isso é algo que a América historicamente faz e tem que fazer, e isso é intensificar a paz, a liberdade e a democracia”, disse Johnson no “Estado da União” da CNN. “E se deixarmos Putin escapar impune e apenas anexar, conquistar partes consideráveis de um país livre, independente e soberano, que é o que ele está prestes a fazer... então as consequências para o mundo são absolutamente catastróficas... nós’ re legitimando novas aquisições por ele pela violência de outras partes da União Soviética”, disse ele.

“Você pode ver as consequências, as lições que serão tiradas. Isso é o que acaba sendo desastroso, não apenas para a democracia e para a independência dos países, mas para a estabilidade econômica”, acrescentou Johnson.

O primeiro-ministro tem sido um forte defensor da Ucrânia e visitou Kyiv duas vezes para se encontrar com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy. Johnson enfatizou que, embora os custos para defender a Ucrânia sejam altos, certamente é “um preço que vale a pena pagar pela democracia e pela liberdade”.

Economia EUA - A recessão dos EUA não é ‘inevitável’, mas a inflação é ‘inaceitavelmente alta’, diz a secretária do Tesouro Yellen



A recessão que muitos americanos temem não é “de forma alguma iminente”, disse a secretária do Tesouro, Janet Yellen, no domingo.

As conversas sobre uma recessão aceleraram este ano, pois a inflação continua alta e o Federal Reserve toma medidas agressivas para combatê-la. Na quarta-feira, o Fed anunciou um aumento de 75 pontos base na taxa de juros, o maior desde 1994. O presidente do Fed, Jerome Powell, também indicou a intenção do Comitê Federal de Mercado Aberto de continuar seu caminho agressivo de aperto da política monetária para conter a inflação.

Ao mesmo tempo, muitos esperam que a combinação de resiliência nos gastos do consumidor e crescimento do emprego mantenha os EUA fora da recessão.

“Espero que a economia desacelere”, disse Yellen em entrevista ao programa ” This Week ”, da ABC . “Tem crescido a um ritmo muito rápido, à medida que a economia, como o mercado de trabalho, se recuperou e atingimos o pleno emprego. É natural agora que esperemos uma transição para um crescimento estável e estável, mas não acho que uma recessão é de todo inevitável.”

Embora Yellen pareça otimista em evitar a recessão, a economia global ainda enfrenta sérias ameaças nos próximos meses com a guerra contínua na Ucrânia, a inflação crescente e a pandemia de Covid-19. “Claramente, a inflação está inaceitavelmente alta”, disse Yellen.

Ainda assim, ela não acredita que uma queda nos gastos do consumidor seja a causa de uma recessão. Yellen disse à ABC News que o mercado de trabalho dos EUA é o mais forte do período pós-guerra e previu que a inflação diminuiria “nos próximos meses”.

Especial Criptomoedas







O experimento de bitcoin de US $ 425 milhões de El Salvador não está salvando as finanças do país


El Salvador apostou sua salvação econômica no bitcoin , mas até agora a aposta não está valendo a pena como o presidente Nayib Bukele esperava.

Os cofres de criptomoedas do governo foram cortados pela metade, a adoção do bitcoin em todo o país não está realmente decolando e, crucialmente, o país precisa de muito dinheiro, rápido, para cumprir seus pagamentos de dívida de mais de US$ 1 bilhão no próximo ano. Isso ocorre quando o preço do bitcoin caiu mais de 70% em relação ao pico de novembro de 2021 e mais de 55% desde o momento em que Bukele anunciou seu plano.

Enquanto isso, o crescimento econômico de El Salvador despencou, seu déficit continua alto e a relação dívida/PIB do país - uma métrica chave usada para comparar o que um país deve ao que gera - deve atingir quase 87% este ano, alimentando teme que El Salvador não esteja equipado para liquidar suas obrigações de empréstimo.

Combine esses problemas econômicos com uma guerra renovada contra a violência das gangues e você terá todos os acessórios de um país à beira.

“Na superfície, toda a coisa do bitcoin não valeu a pena”, disse Boaz Sobrado, analista de dados fintech de Londres.

Não é culpa do bitcoin que o governo esteja se aproximando da ruína financeira.

O governo tem uma perda de papel não realizada em bitcoin de cerca de US$ 50 milhões, que o ministro das Finanças observa que é inferior a 0,5% do orçamento nacional. No total, todo o experimento (e todos os seus custos associados) custou ao governo apenas cerca de US$ 374 milhões, segundo estimativas . Isso não é nada – especialmente considerando o fato de que El Salvador tem US$ 7,7 bilhões em títulos em circulação – mas para uma economia de US$ 29 bilhões, é comparativamente pequeno.

A ótica não é boa, no entanto.

As negociações pararam com os credores internacionais em parte porque eles não estão dispostos a jogar dinheiro em um país que está gastando milhões em dólares de impostos em uma criptomoeda cujo preço é propenso a extrema volatilidade. As agências de classificação, incluindo a Fitch , derrubaram a pontuação de crédito de El Salvador citando a incerteza do futuro financeiro do país, dada a adoção do bitcoin como moeda legal. Isso significa que agora é ainda mais caro para o presidente Bukele pedir dinheiro emprestado.

“Em termos de situação financeira, El Salvador está em uma situação muito difícil. Eles têm muitos títulos que estão sendo negociados com descontos severos”, continuou Sobrado.

“A política econômica do país é essencialmente um pensamento mágico”, disse Frank Muci, pesquisador de políticas da London School of Economics, que tem experiência em assessorar governos na América Latina.

“Eles assustaram os mercados financeiros e o FMI”, continuou Muci, que disse à CNBC que ninguém quer emprestar dinheiro a Bukele a menos que seja a “taxas impressionantes” de 20% a 25%.

“O país está caminhando como um sonâmbulo para um calote da dívida”, disse Muci.

Mas o presidente milenar e experiente em tecnologia, que uma vez se apresentou como o “ditador mais legal do mundo” em sua biografia no Twitter, amarrou seu destino político a essa aposta criptográfica, então há um incentivo muito grande para fazê-lo funcionar a longo prazo — e para pagar a dívida do país nesse ínterim. Bukele enfrenta a reeleição para outro mandato presidencial de cinco anos em 2024.

Panorama da economia salvadorenha
Bem antes de o presidente Bukele colocar na cabeça que o bitcoin era um elixir mágico que curaria vulnerabilidades econômicas de longa data, o país estava com muitos problemas.

O Banco Mundial projeta que a economia salvadorenha crescerá 2,9% este ano e 1,9% em 2023, abaixo dos 10,7% em 2021. Mas esse crescimento em si foi uma recuperação da contração de 8,6% em 2020.

Sua relação dívida/PIB é de quase 90%, e sua dívida é cara em torno de 5% ao ano contra 1,5% nos EUA. cortando substancialmente os gastos.

Em uma nota de pesquisa do JPMorgan, os analistas alertam que os Eurobonds de El Salvador entraram em “território angustiado” no ano passado, e os dados da S&P Global mostram que o custo para garantir um calote da dívida soberana está atingindo altas de vários anos.

Tanto o JPMorgan quanto o Fundo Monetário Internacional alertam que o país está em um caminho insustentável, com necessidades brutas de financiamento definidas para ultrapassar 15% do PIB a partir de 2022 – e a dívida pública a caminho de atingir 96% do PIB até 2026 sob as políticas atuais.

“Nos últimos três, quatro meses, o que eles fizeram foi implementar subsídios à gasolina, que são super caros”, disse Muci, que tem experiência em diversificação econômica e gestão de finanças públicas e participou de projetos de pesquisa aplicada para El Salvador , Venezuela e Honduras.

“Este é um país sem rumo em termos de política econômica. Quer dizer, eles não sabem para onde estão indo, ou o que estão fazendo. Acho que é um caso clássico de um dia de cada vez”, disse ele. .

Tudo isso ocorre quando El Salvador enfrenta prazos iminentes de pagamento de dívidas na casa dos bilhões de dólares, incluindo um Eurobond de US$ 800 milhões que vence em janeiro.

El Salvador vem tentando desde o início de 2021 obter um empréstimo de US$ 1,3 bilhão do FMI – um esforço que parece ter azedado com a recusa do presidente Bukele em atender ao conselho da organização de abandonar o bitcoin como moeda legal. Isso acompanha o recente rebaixamento da Fitch, que também foi atribuído ao “acesso incerto de El Salvador ao financiamento multilateral e ao financiamento do mercado externo devido aos altos custos de empréstimos”, além de seu “escopo limitado para financiamento adicional no mercado local”.

Os esforços do presidente para consolidar o poder também aumentaram esse prêmio de risco. O partido Novas Ideias de Bukele tem controle sobre a Assembleia Legislativa do país. Em 2021, a nova assembleia foi criticada depois de destituir o procurador-geral e os principais juízes . A medida levou a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional a retirar ajuda da polícia nacional de El Salvador e de um instituto de informação pública, em vez de redirecionar fundos para grupos da sociedade civil.

Além disso, El Salvador não pode imprimir dinheiro para sustentar suas finanças. El Salvador dolarizou em 2001, o que significa que abandonou sua moeda local, o colón, em favor do dólar americano. Somente o Federal Reserve pode imprimir mais dólares. Enquanto isso, sua outra moeda nacional, o bitcoin, é reverenciada pelo fato de que também é impossível cunhar do nada.

O experimento bitcoin
Em setembro de 2021, El Salvador se tornou o primeiro país a adotar o bitcoin como moeda legal.

A iniciativa envolveu a compra de bitcoin com fundos públicos, bem como o lançamento de uma carteira virtual nacional chamada “chivo” (gíria salvadorenha para “legal”) que oferece transações sem taxas e permite pagamentos rápidos além-fronteiras. Para um país que é uma economia predominantemente monetária – onde cerca de 70% das pessoas não têm contas bancárias, cartões de crédito ou outros serviços financeiros tradicionais – o chivo deveria oferecer uma rampa de acesso conveniente para aqueles que nunca fizeram parte do sistema bancário sistema.

O experimento também envolveu a construção de uma infraestrutura nacional de caixas eletrônicos de bitcoin em todo o país e exigindo que todas as empresas aceitassem a criptomoeda.

O presidente elevou a aposta em novembro, quando anunciou planos de construir uma “Bitcoin City” ao lado do vulcão Conchagua, no sudeste de El Salvador. A cidade financiada por bitcoin ofereceria um alívio fiscal significativo, e a energia geotérmica saindo do vulcão adjacente alimentaria os mineradores de bitcoin.

Ao todo, o governo gastou cerca de US$ 375 milhões no lançamento do bitcoin, incluindo um fundo de US$ 150 milhões projetado para converter bitcoin instantaneamente em dólares, US$ 120 milhões no bônus de US$ 30 em bitcoin dado a cada cidadão que baixou a carteira chivo (nenhuma quantia pequena em um país onde o salário mínimo mensal é de US$ 365) e os cerca de US$ 104 milhões que o governo admitiu publicamente gastar em bitcoin. Muci observa que essas despesas mais os US$ 50 milhões em perdas não realizadas no portfólio de bitcoin do país significam que o país gastou cerca de US$ 425 milhões em “fazer o bitcoin acontecer”.

Mas nove meses depois dessa aposta nacional no bitcoin, e não parece estar cumprindo imediatamente muitas de suas grandes promessas.

O presidente Bukele twittou em janeiro que o aplicativo tinha 4 milhões de usuários (de uma população total de 6,5 milhões), mas um relatório publicado em abril pelo US National Bureau of Economic Research mostrou que apenas 20% daqueles que baixaram a carteira continuaram a usá-lo depois de gastar o bônus de $ 30. A pesquisa foi baseada em uma “pesquisa nacionalmente representativa” envolvendo 1.800 famílias.

“Em termos de penetração real das transações de bitcoin, parece ser bastante baixa”, explicou Sobrado. “Parece ter havido problemas com relação às carteiras emitidas pelo estado. Muitas pessoas baixaram, mas estava cheio de bugs. Não foi realmente a melhor experiência do usuário.”

Daqueles que usaram a carteira de criptomoedas do governo, alguns tiveram problemas técnicos com o aplicativo. Outros salvadorenhos relataram casos de roubo de identidade, nos quais hackers usaram seu número de identificação nacional para abrir uma carteira eletrônica chivo, a fim de reivindicar os US $ 30 gratuitos em bitcoin oferecidos pelo governo como incentivo para participar.

Outra esperança para a carteira chivo era que ela ajudaria a economizar centenas de milhões de dólares em taxas de remessa . As remessas, ou o dinheiro enviado para casa pelos migrantes, representam mais de 20% do produto interno bruto de El Salvador, e algumas famílias recebem mais de 60% de sua renda somente dessa fonte . Os serviços incumbentes podem cobrar 10% ou mais de taxas para essas transferências internacionais, que às vezes podem levar dias para chegar e exigem uma retirada física.

Mas em 2022, dados recentes mostram que apenas 1,6% das remessas foram enviadas por meio de carteiras digitais .

Em termos de adoção de comerciantes, uma pesquisa publicada em março pela Câmara de Comércio e Indústria de El Salvador descobriu que 86% das empresas nunca fizeram uma venda em bitcoin.

“Eles deram as carteiras às pessoas, forçaram as empresas a aceitá-las, mas essencialmente, na minha opinião, é um grande hambúrguer de nada”, disse Muci, que trabalhou anteriormente no Growth Lab da Harvard Kennedy School of Government. “Ninguém realmente usa o aplicativo para pagar em bitcoin. As pessoas que o usam, geralmente o usam por dólares.”

O Bitcoin City está em espera, assim como a venda de títulos de bitcoin de US$ 1 bilhão, que foi inicialmente congelada em março por causa das condições desfavoráveis do mercado.

Se acreditarmos nos tweets do presidente, o investimento pessoal em bitcoin do governo caiu cerca de US$ 50 milhões no papel. (Nenhuma dessas perdas está bloqueada até que o país saia de sua posição de bitcoin.)

“Em última análise, os problemas de El Salvador são apenas tangenciais à moeda”, disse Muci.

“As questões têm a ver com segurança, produtividade econômica e outras coisas. E o bitcoin não tem nada a ver com nada disso”, disse ele.

Inadimplência da dívida improvável
A grande aposta de bitcoin de El Salvador pode estar lutando no momento, mas Sobrado disse à CNBC que, sem dúvida, foi uma vitória em termos de atrair turistas de bitcoin.

“Embora possam estar em queda em termos de perdas não realizadas em seu investimento em bitcoin, estão extremamente em alta em termos de turismo”, disse Sobrado.

“Eles atraíram muitas pessoas que acreditam em bitcoin e muito capital dessas pessoas. E acho que é perfeitamente possível que, se você pensar nas perdas não realizadas como uma campanha de marketing, El Salvador já tenha alcançado o que queria. ”, continuou Sobrado, que também observou que países como a Costa Rica gastam bilhões de dólares em campanhas de marketing.

A indústria do turismo aumentou 30% desde que a Lei Bitcoin entrou em vigor em setembro, de acordo com estimativas oficiais do governo. O ministro do turismo do país também observa que 60% dos turistas agora vêm dos EUA

O experimento do bitcoin também não prejudicou a popularidade do presidente. Os índices de aprovação de Bukele estão ao norte de 85% - graças em grande parte à sua abordagem dura em relação ao crime para liderar. Isso não é pouca coisa para um país que era mais perigoso per capita do que o Afeganistão há cinco anos .

“O Sr. Bukele é, até hoje, um dos presidentes mais populares que está no poder”, disse Sobrado. “Ele tem taxas de aprovação de mais de 80%, com as quais as pessoas em outras partes do mundo apenas sonham.”

Quanto aos níveis opressivos da dívida do país, praticamente todos concordam que o presidente Bukele fará o que for preciso para juntar dinheiro suficiente para pagar o que o país deve este ano e no próximo. Grande parte desse incentivo vem da próxima eleição presidencial em 2024, na qual Bukele disputa mais um mandato de cinco anos.

O JPMorgan vê uma “alta probabilidade” de que o vencimento do título de US$ 800 milhões seja pago em janeiro, a fim de “evitar eventos de crédito disruptivos que possam inviabilizar suas perspectivas de uma potencial reeleição”. Embora a Fitch espere que El Salvador cumpra os pagamentos do serviço da dívida de curto prazo, a agência de crédito adverte que manter o ritmo de seus empréstimos será “mais oneroso à medida que o ano avança”.

Muci concorda que El Salvador conseguirá juntar o dinheiro, mas adverte que, em última análise, a situação das finanças públicas do país é insustentável.

“O avião vai cair eventualmente, se eles não mudarem as coisas”, disse Muci. “Se eles não aumentarem impostos, cortarem gastos, começarão a ser muito mais disciplinados. Você sabe, convencer os mercados de que são sustentáveis.”

Ele acrescentou: “O Bitcoin não resolve nenhum dos problemas econômicos importantes de El Salvador”.

Brasil - IPCA-15 volta a acelerar em junho e supera expectativas com planos de saúde

A alta do IPCA-15 voltou a acelerar em junho e ficou acima do esperado sob o peso do reajuste dos planos de saúde, com a taxa acumulada em 12 meses permanecendo acima de 12%.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) registrou em junho alta de 0,69%, ante 0,59% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
O dado mensal da prévia da inflação brasileira ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,62%.
O resultado levou o índice a acumular em 12 meses inflação de 12,04%, ainda quase 2,5 vezes o teto da meta oficial para a inflação este ano, que é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA --já abandonada pelo Banco Central.

A leitura para o dado em 12 meses também ficou acima da expectativa, de um avanço de 11,98%.
"A inflação está agora não apenas muito elevada mas também altamente disseminada, com projeção de que permaneça acima de 10% até outubro de 2022 e acima de 8% até março de 2023", disse Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para a América Latina no Goldman Sachs.

O reajuste de até 15,5% dos planos de saúde acabou apagando o alívio proporcionado pela entrada em vigor da bandeira tarifária verde para as contas de energia.
Em junho, os custos dos planos de saúde saltaram 2,99%, exercendo o maior impacto individual sobre o IPCA-15 do mês e levando o grupo Saúde e cuidados pessoais a um avanço de 1,27% no mês.
Por outro lado, a alta dos preços do grupo Transportes desacelerou a 0,84% em junho, contra 1,80% em maio, graças à queda de 0,55% nos combustíveis, após avanço de 2,05% no mês anterior.
De acordo com o IBGE, embora o óleo diesel tenha subido 2,83%, o etanol e a gasolina caíram 4,41% e 0,27%, respectivamente.
Também tiveram queda os preços da energia elétrica, de 0,68%, devido à entrada em vigor a partir de 16 de abril da bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.
Ainda assim, o grupo Habitação deixou para trás a deflação de 3,85% de maio e passou a subir 0,66% em junho, puxado pelo aumento de 4,29% da taxa de água e esgoto.
A alta do grupo Alimentação e bebidas desacelerou a 0,25% em junho, contra 1,52% em maio, com os preços dos alimentos para consumo no domicílio apresentando variação positiva de 0,08%.
O Banco Central segue em sua batalha contra a inflação e na semana passada elevou a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25% ao ano, seguindo a indicação de que reduziria a intensidade de seu ciclo de aperto monetário, mas disse que antevê um novo ajuste, de igual ou menor magnitude, na reunião de agosto.
"Apesar de estarmos vendo a inflação voltando para patamares um pouco mais baixos, ainda é uma composição muito ruim...e acaba mostrando persistência muito grande da inflação. O Banco Central vai precisar elevar os juros para 14,25% neste ano, para fazer com que traga a expectativa de inflação de 2023 para mais próximo da meta", avaliou Laíz Carvalho, economista para Brasil do BNP Paribas, vendo mais duas altas de 0,5 ponto percentual na Selic, em agosto e setembro.

As mais recentes projeções do BC apontam para um IPCA de 8,8% ao final deste ano e de 4,0% em 2023, com a autoridade monetária já sinalizando que tentará levar a inflação a um patamar em torno da meta, não exatamente em cima do alvo.
A política monetária do BC está atualmente focada na inflação de 2023, e o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, afirmou que, a partir de agosto, 2024 também entrará no chamado horizonte relevante do Banco Central.

Gatilhos do dólar – Comentários

A EVOLUÇÃO DO RUBLO RUSSO

















Análise Técnica - Gráfico Diário
Dólar x Real: +0,51%

O DÓLAR evolui acima da LTA – Linha de Tendência De alta com bom volume financeiro rompendo a resistência R5 de R$5,2421 em busca da máxima de sexta feira em R$5,2756.

Suporte 3	Suporte 2	Suporte 1	Pontos de Pivô	Resistência 1	Resistência 2	Resistência 3
5,1666	5,1947	5,2121	5,2402	5,2683	5,2857	5,3138

Análise Técnica - Gráfico Diário
Dólar INDEX: -0,09% (comportamento do dólar ante as principais moedas no exterior)



Observem nossos indicadores técnicos assim como os principais pontos de suporte e resistência:

Suporte 3	Suporte 2	Suporte 1	Pontos de Pivô	Resistência 1	Resistência 2	Resistência 3
104,55	104,61	104,65	104,72	104,79	104,83	104,89

 

Fonte: Reuters e Investing.com