Panorama de Mercado 20/08/2021

Visão de Mercado

Rentabilidade dos Treasures longos nessa tarde:

Os rendimentos do Tesouro dos EUA caíram na manhã de sexta-feira, em meio a preocupações contínuas sobre a disseminação da variante delta e a discussão do Fed sobre a redução das compras de títulos.

O rendimento da nota do Tesouro de 10 anos de referência caiu menos de um ponto-base para 1,232% às 7h05, horário do leste dos EUA . O rendimento dos títulos do Tesouro de 30 anos cedeu 1 ponto base, caindo para 1,861%. Os rendimentos se movem inversamente aos preços.

Radar de Mercado:

No exterior, Dólar vai à máxima em 9 meses e meio com operadores buscando segurança, e essa pressão que a divisa norte-americana exerce sobre uma cesta de moedas fortes, também nessa sexta-feira reflete no Real brasileiro, no qual se encontra ainda mais fragilizado devido ao clima político hostil no cenário nacional, conforme divulgado em nossos conteúdos ao longo da semana.

No mercado internacional embora os movimentos nos mercados de câmbio fossem bem mais contidos do que os de quinta-feira, refletindo a estabilização dos mercados de ações, os dólares australiano e neozelandês, sensíveis ao risco, caíam drasticamente outra vez.

CHINA

A China aprovou uma importante lei de proteção de dados na sexta-feira, estabelecendo regras mais rígidas sobre como as empresas coletam e lidam com as informações de seus usuários.

As regras aumentam as regulamentações de Pequim, especialmente em relação aos dados, o que pode impactar a forma como os gigantes da tecnologia da China operam.

A Lei de Proteção de Informações Pessoais (PIPL) estabelece pela primeira vez um conjunto abrangente de regras sobre coleta, processamento e proteção de dados, que eram anteriormente regidas por legislação fragmentada.

Depois de vários rascunhos, o PIPL foi aprovado pelo legislativo da China na sexta-feira, de acordo com a mídia estatal . No entanto, a versão final da lei ainda não foi publicada.

Um projeto anterior da lei dizia que os coletores de dados devem obter o consentimento do usuário para coletar dados e os usuários podem retirar esse consentimento a qualquer momento. As empresas que processam dados não podem recusar-se a fornecer serviços a usuários que não concordam em que seus dados sejam coletados - a menos que esses dados sejam necessários para o fornecimento desse produto ou serviço.

Também existem requisitos rígidos para a transferência de dados de cidadãos chineses para fora do país.

As empresas que violarem as regras podem ser multadas.

Pequim aumenta o escrutínio técnico
O PIPL surge no momento em que o escrutínio regulatório da China sobre as empresas de tecnologia do país se intensifica. Com o PIPL, junto com a Lei de Segurança Cibernética e a Lei de Segurança de Dados do país, a China reforçou sua regulamentação de dados.

“O lançamento do PIPL completa a trifeta do regime de governança de dados fundamental da China e inaugura uma nova era de conformidade de dados para empresas de tecnologia”, disse Kendra Schaefer, parceira com sede em Pequim da consultoria Trivium China.

Globalmente, tem havido um esforço para criar regras melhores em torno da proteção de dados. Em 2018, entrou em vigor o marco da União Europeia, o Regulamento Geral de Proteção de Dados . Essa regulamentação visa dar aos cidadãos do bloco mais controle sobre seus dados.

Pequim tem se preocupado cada vez mais com a quantidade de dados que as empresas estão coletando - principalmente no setor de internet, e com as possíveis implicações disso.

Em julho, os reguladores abriram uma revisão da cibersegurança para a gigante Didi , poucos dias depois de sua enorme oferta pública inicial nos Estados Unidos. Didi foi forçado a parar de inscrever novos usuários e seu aplicativo também foi removido das lojas de aplicativos chinesas . O regulador do ciberespaço da China alegou que Didi havia coletado ilegalmente dados de usuários.
Os gigantes da tecnologia da China estão se preparando para novas restrições.

Tencent, o dono do popular aplicativo de mensagens WeChat, alertou na quarta-feira que novas regulamentações podem estar chegando para a indústria de tecnologia.

Este ano, os reguladores também introduziram regras antimonopólio para a chamada economia de plataforma e regulamentos sobre concorrência desleal no setor de internet .

China mantém taxa básica de juros, mas expectativa é de estímulo à frente

A China manteve sua taxa básica de juros inalterada na sexta-feira pelo 16º mês consecutivo, mas isso fez pouco para diminuir as expectativas de que as autoridades aumentarão o estímulo para conter uma desaceleração na segunda maior economia do mundo. A China manteve a taxa básica de juros para empréstimos de um ano (LPR) em 3,85% e a LPR, de cinco anos, em 4,65%.Cerca de 78% dos traders e analistas ouvidos pela Reuters não previam nenhuma mudança em nenhuma das taxas, mas uma minoria havia marcado um corte para o prazo de um ano. Os dados desta semana apontaram para uma forte desaceleração na produção industrial e nas vendas no varejo em julho, sob o impacto de altos custos das matérias-primas, novos surtos de Covid-19 e inundações, à medida que aumentam as expectativas de que as autoridades possam ter que fazer mais para apoiar a recuperação.
Os economistas esperam que Pequim aumente os gastos fiscais e mantenham ampla liquidez no sistema financeiro, enquanto evita qualquer afrouxamento monetário agressivo que possa correr o risco de criar bolhas de ativos.

EUROPA
As ações europeias caíram com o desenrolar do pregão na manhã de sexta-feira, em meio a preocupações com a política monetária, a variante do delta Covid e a repressão tecnológica da China.

O Stoxx 600 foi negociado 43 pontos base mais baixo, logo após a abertura dos mercados no continente. O índice está caminhando para sua pior semana desde fevereiro.

O Stoxx 600 pan-europeu fechou em baixa de 1,7% na quinta-feira, em grande parte devido aos sinais do Federal Reserve de que poderia reduzir o estímulo já este ano.

A maioria dos setores também caiu, com automóveis e alimentos e bebidas liderando as perdas setoriais.

Enquanto isso, o DAX alemão foi 0,64% mais baixo após um salto maior do que o esperado nos preços ao produtor, que viu um aumento de 1,9% no mês a mês em julho.

Nos EUA, os futuros do S&P 500 apontam para uma abertura em baixa após uma sessão de negociação volátil na quinta-feira. O S&P 500 conseguiu estourar uma seqüência de derrotas de dois dias, terminando as negociações regulares no verde.

Enquanto isso, os estoques na Ásia na sexta-feira caíram principalmente depois que a China deixou sua taxa básica de juros inalterada. Além disso, o escrutínio mais rígido sobre a tecnologia continua na China com uma nova lei de proteção de dados aprovada na sexta-feira.

Vendas no varejo no Reino Unido decepcionam
O ministro das Finanças da Alemanha disse na sexta-feira que a economia está caminhando para uma recuperação forte e duradoura no terceiro trimestre. Haverá novos números de crescimento para a Alemanha na próxima semana.

Em outras notícias de dados, as vendas no varejo britânico caíram em julho 2,5% em relação ao mês anterior, de acordo com o Office for National Statistics. Economistas argumentam que o tempo chuvoso e a escassez global de chips tiveram impacto sobre o comportamento dos consumidores britânicos no mês passado.

A libra esterlina foi negociada em baixa em relação ao dólar norte-americano a $ 1,36, após a divulgação de dados.

BRASIL
Com trabalho sério e vacinação juro fica em um dígito, diz Guedes

Ações como "trabalho sério", ampla vacinação e o aguardo da próxima eleição é o que farão o juro da economia brasileira ficar em um dígito, defendeu nesta quinta-feira o ministro da Economia, Paulo Guedes, em meio à elevação das taxas longas no mercado diante de temores crescentes com o descontrole das contas públicas conforme o ano eleitoral se aproxima.
"Nós com a nossa confusão aqui já estamos começando a empurrar os juros para dois dígitos de novo", disse o ministro, ao participar de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
"Se a gente trabalhar sério, vacinar, baixar a bola, esperar a próxima eleição, juro fica de um dígito", completou ele, destacando ainda considerar o Brasil uma democracia "vigorosa".
Em sua participação na audiência, Guedes disse que o pagamento de 90 bilhões de reais em precatórios no Orçamento do ano que vem não é exequível e que arcar com essa conta significa necessariamente cortar outras despesas essenciais, inclusive salários.

"Vai parar Brasília se tiver que pagar isso com as leis vigentes. Se fizer reforma da Lei de Responsabilidade Fiscal ou fizer exceção para o teto é outra conversa. Mas com as leis vigentes eu só tenho um jeito de cumprir e ficar constitucionalmente dentro", disse ele, em referência à PEC dos Precatórios enviada pelo governo ao Congresso propondo o parcelamento dessas obrigações.
Segundo Guedes, a PEC foi concebida para "oferecer alternativas". Ele afirmou que se ela não for aprovada pelos parlamentares, "não tem problema, vamos mandar Orçamento com 90 bilhões para precatórios e faltando dinheiro para tudo mais, inclusive salários".

Requisições de pagamento expedidas pela Justiça após derrotas definitivas sofridas pelo governo em processos judiciais, os precatórios são despesas obrigatórias. Como têm crescido vertiginosamente, eles têm na prática comido espaço, sob a regra do teto, para outras despesas.
Na véspera, o secretário de Orçamento do Ministério da Economia, Ariosto Culau, afirmou que o pagamento integral dos precatórios no ano que vem inviabiliza o financiamento da terceira dose de vacina contra a Covid-19 prevista em plano de imunização encaminhado pelo Ministério da Saúde.
Membros da equipe econômica têm buscado ressaltar, nos últimos dias, que a PEC é crucial para permitir que o governo gaste não só com a expansão do Bolsa Família --objetivo declarado do presidente Jair Bolsonaro--, mas com uma série de outras rubricas no ano que vem.
Mas a percepção de que a medida tem viés eleitoreiro e que representa um calote constitucionalizado ajudou a azedar o humor dos mercados nos últimos dias, com elevação das taxas longas de juros, que já passam de 10%, e alta do dólar frente ao real.

Nesta quinta-feira, Guedes procurou passar uma mensagem de comprometimento com as contas públicas ao dizer que o governo pensa em programas sociais dentro da regra do teto. De acordo com o ministro, o objetivo é fazer "Bolsa Família que caiba nos orçamentos públicos".
A PEC dos Precatórios divide em dez parcelas o pagamento dos precatórios de mais de 66 milhões de reais e impõe uma limitação provisória dos pagamentos anuais de precatórios a 2,6% da receita corrente líquida, o que também sujeitará precatórios entre 66 mil reais e 66 milhões de reais a eventual parcelamento. Pelo texto, os precatórios de até 66 mil reais serão integralmente quitados.
Com a medida, a estimativa do Ministério da Economia é ganhar 33,5 bilhões de reais em espaço orçamentário no ano que vem.

"MEIO DIFÍCIL"
O ministro criticou na audiência entidades que dizem se posicionar a favor de reformas, mas que colocam obstáculos à apreciação das matérias, citando nominalmente a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Nesse sentido, Guedes pontuou que a primeira parte da reforma tributária enviada pelo governo ao Congresso, voltada ao consumo e que mirava a unificação de PIS e Cofins num imposto único, está parada há um ano.
"A indústria toda diz que apoia, mas não anda o primeiro passo", afirmou ele.
"Agora nós estamos tentando mandar o segundo passo. Está meio difícil também", complementou Guedes, em referência à reforma do Imposto de Renda, cuja votação na Câmara dos Deputados já foi adiada três vezes.

Semana chega ao fim com Guedes como destaque da agenda

A semana marcada pelo acirramento das preocupações com a suposta iminência da retirada dos estímulos monetários pelo Federal Reserve e, no plano doméstico, pelas questões fiscais, chega ao fim com o ministro da Economia, Paulo Guedes, como destaque da agenda.
Guedes participará de audiência no Senado sobre a reforma tributária, a partir das 11h, que terá como foco a discussão sobre mudanças na taxação sobre consumo. Mais para o fim do dia, às 17h, o ministro dará entrevista para programa da Genial Investimentos que será transmitido ao vivo pela internet.
A tarde terá ainda o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, falando sobre a polêmica PEC dos Precatórios em evento virtual da publicação Jota, às 16h.
Os mercados globais tinham mais uma sessão de quedas de ações e alta do dólar em meio a preocupações com a Covid-19 e cautela ante do encontro de banqueiros centrais dos EUA em Jackson Hole na próxima semana, em dia sem indicadores econômicos relevantes.

Gatilhos do dólar – Comentários

O dólar-porto-seguro dos EUA pairou perto de uma alta de 9-1 / 2 meses contra os principais pares na sexta-feira, impulsionado por temores de que a variante do coronavírus Delta poderia atrasar a recuperação econômica global.

O dólar também foi impulsionado pelas expectativas de que o Federal Reserve ainda poderia começar a reduzir o estímulo este ano, mesmo com o aumento das infecções por COVID-19 este mês nos Estados Unidos.

O índice do dólar, que mede a moeda em relação a seis rivais, foi pouco alterado em 93,544 desde quinta-feira, quando atingiu 93,587 pela primeira vez desde o início de novembro. Para a semana, a previsão é de alta de 1,1%, a maior em dois meses.

O dólar canadense caiu para uma nova baixa de seis meses de C $ 1,2832 em meio a uma queda nos preços do petróleo devido às preocupações com o crescimento econômico, enquanto os dólares australiano e neozelandês definharam perto de suas mínimas de nove meses.

“A aversão ao risco no ar impulsionou o dólar, com moedas pró-crescimento arcando com o peso dele”, escreveu Rodrigo Catril, estrategista do National Australia Bank, em nota ao cliente.

O iene , outra moeda porto-seguro, caiu 0,1% para 109,87 por dólar na sexta-feira, mas permanece no centro de sua faixa de negociação nas últimas seis semanas.

O euro subiu 0,05%, para $ 1,6825, mas ainda foi negociado perto da baixa de 9 1/2 mês de $ 1,16655, atingida durante a noite. É queda de 0,94% nesta semana, a maior desde meados de junho.

A ata da reunião de julho do Fed, divulgada na quarta-feira, mostrou que as autoridades esperam reduzir sua compra mensal de títulos no final deste ano, embora as divisões permaneçam no momento e no ritmo de uma redução e se a inflação, desemprego ou a pandemia de coronavírus representam um risco maior para a recuperação econômica.

Um declínio nas compras de dívida pelo Fed é amplamente considerado positivo para o dólar, uma vez que se espera que aumente os rendimentos dos títulos do governo dos EUA, tornando mais atraente para os investidores manter ativos denominados em dólares.

O Aussie subiu 0,1% para $ 0,7155 na sexta-feira, mas ainda estava perto da baixa de $ 0,7143 alcançada na quinta-feira. Caiu 3% esta semana, no caminho de seu pior desempenho desde setembro do ano passado, com a maior parte do país sob bloqueio para lutar contra um surto de COVID-19.

O kiwi da Nova Zelândia subiu 0,1% para $ 0,6832, mas permaneceu perto da baixa de nove meses de quinta-feira de $ 0,6810. Ele despencou 2,9% na semana, também o pior desde setembro, depois que seu banco central adiou um aumento de taxa, mudando de marcha enquanto o país entrava em um bloqueio repentino da COVID-19.

A libra esterlina atingiu uma nova baixa de um mês de $ 1,3628 na sexta-feira, antes de ser negociada 0,07% mais alta a $ 1,3638. Caiu 1,64% nesta semana, o que seria a maior queda em dois meses.

Análise Técnica - Gráfico Diário
Dólar x Real: +0,53%

Teste na R1!!!
A resistência nº 1 é testada nessa manhã sem muito esforço demonstrando a intensidade da fuga de capital estrangeiro não apenas hoje mas ao longo de toda essa semana.
Às 9:12, o dólar BRBY avançava 0,44%, a 5,4471 reais na venda. Na B3, o dólar futuro DOLc1 tinha alta de 0,55%, a 5,455 reais. Na véspera, o dólar à vista subiu 0,88%, a 5,4231 reais na venda, maior patamar desde 4 de maio (5,4322 reais).
O Banco Central anunciou para esta sessão leilão de swap tradicional para rolagem de 15 mil contratos com vencimento em fevereiro e julho de 2022.

Suporte 3	Suporte 2	Suporte 1	Pontos de Pivô	Resistência 1	Resistência 2	Resistência 3
5,3400	5,3693	5,3874	5,4166	5,4458	5,4639	5,4932

 

Análise Técnica - Gráfico Diário

Dólar INDEX: +0,11% (comportamento do dólar ante as principais moedas no exterior)

Observem nossos indicadores técnicos assim como os principais pontos de suporte e resistência:

Suporte 3	Suporte 2	Suporte 1	Pontos de Pivô	Resistência 1	Resistência 2	Resistência 3
92,07	92,22	92,32	93,46	93,61	93,71	93,85

 

Fonte: Reuters e Investing.com