Panorama de Mercado 11/04/2022

Visão de Mercado

Mercados Americano - Ações caem para começar a semana com as taxas subindo.

As ações caíram na segunda-feira, com as taxas de juros continuando a subir devido a preocupações com a política monetária mais apertada do Federal Reserve, que poderia desacelerar o crescimento econômico.
O Dow Jones Industrial caiu 180 pontos, ou 0,5%. O S&P 500 caiu 1,2%, enquanto o Nasdaq, pesado em tecnologia, caiu 1,8%.

Esses movimentos ocorreram quando o rendimento do Tesouro de 10 anos atingiu uma alta de 2,78%, ou seu nível mais alto desde janeiro de 2019, quando o rendimento de 10 anos chegou a 2,799%. Os rendimentos movem-se inversamente aos preços e 1 ponto base é igual a 0,01%.

Mercado Brasil - Índice cai com exterior e política monetária no radar.

O principal índice da bolsa brasileira abriu a semana em baixa, diante de queda das ações em Wall Street e na Europa e após fala do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, sobre inflação.Vale, Petrobras e setor financeiro pressionavam o índice, enquanto Ambev e Braskem eram destaques de alta.

Às 11:31, o Ibovespa .BVSP caía 0,72%, a 117.473,69 pontos. O índice registrava quinta baixa nas últimas seis sessões. O volume financeiro era de 6,2 bilhões de reais.

Rentabilidade dos Treasures longos nessa tarde:


Economia China - Inflação ao produtor e ao consumidor da China subiu mais rápido do que o esperado em março.

A inflação industrial da China desacelerou, mas superou as expectativas em março, mostraram dados oficiais nesta segunda-feira, enquanto o país enfrenta pressões de custos causadas pela invasão russa da Ucrânia e gargalos persistentes na cadeia de suprimentos.

O índice de preços ao produtor (PPI) aumentou 8,3% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do National Bureau of Statistics (NBS), diminuindo ante o crescimento de 8,8% em fevereiro, mas superando a previsão de um aumento de 7,9% em uma pesquisa da Reuters.

Embora o aumento anual do PPI tenha sido o mais lento desde abril de 2021, o aumento mensal de 1,1% foi o ritmo mais rápido em cinco meses.

O índice de preços ao consumidor (IPC) da China subiu 1,5% em relação ao ano anterior, o ritmo mais rápido em três meses, após um ganho de 0,9% em fevereiro e superando o aumento de 1,2% apontado por uma pesquisa da Reuters.

A segunda maior economia do mundo ficou sob pressão descendente em março, com surtos renovados de Covid-19 e os setores de manufatura e serviços relatando declínios na atividade.

As autoridades divulgaram políticas para apoiar a economia, incluindo maiores gastos fiscais e reduções no imposto de renda para pequenas empresas.

O gabinete da China prometeu na quarta-feira mais medidas de apoio ao consumo e ao investimento.

Em relação ao ano anterior, os preços dos alimentos caíram 1,5%, ante queda de 3,9% em fevereiro, resultando em queda de 0,28 ponto percentual no IPC.

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A inflação ao consumidor ainda modesta aponta para uma demanda fraca, já que o sentimento no consumo foi prejudicado pelas rígidas medidas de controle do Covid-19 de Pequim.

A China registrou 26.411 novos casos assintomáticos no domingo, mais de 25.000 estavam no centro financeiro de Xangai, atualmente sob bloqueio em toda a cidade.

Iris Pang, economista-chefe da Grande China do ING, espera que a economia de Xangai encolha 6% somente este mês se o atual bloqueio persistir, o que equivale a um declínio de 2% do produto interno bruto para toda a China.

A maioria dos analistas espera que o banco central da China reduza os custos de empréstimos e corte os requisitos de reservas para os bancos ou reduza a taxa de juros para injetar mais dinheiro na economia.

Economia EUA - Os temores dos consumidores sobre a inflação atingiram um recorde em março, mostra pesquisa do Fed de Nova York.

As preocupações estão aumentando com a inflação, com novos dados do Federal Reserve mostrando um medo recorde sobre a alta dos preços.

Os consumidores agora veem a inflação atingindo 6,6% no próximo ano, de acordo com a pesquisa do Fed de Nova York em março, divulgada na segunda-feira. Isso representa um aumento de 10% na expectativa mediana apenas no mês passado e o nível mais alto de uma série que data de 2013.

A pesquisa mostrou que as expectativas médias ao longo de um período de três anos na verdade diminuíram 0,1 ponto percentual, para 3,7%, em grande parte devido a uma perspectiva de declínio daqueles com renda familiar anual abaixo de US$ 50.000.

No entanto, a incerteza sobre a inflação no período de um e três anos apresentou recordes.

As expectativas de gastos das famílias aumentaram acentuadamente, subindo 1,3 ponto percentual para 7,7%, também uma nova alta da série.

Os dados chegam um dia antes da divulgação do índice de preços ao consumidor de março, que deve mostrar os preços subindo a um ritmo de 8,4% nos últimos 12 meses, segundo estimativas da Dow Jones. Se essa previsão estiver correta, seria o aumento mais rápido desde dezembro de 1981.

Para combater a inflação, o Fed aprovou no mês passado seu primeiro aumento da taxa de juros em mais de três anos e deve continuar subindo ao longo do ano, já que os aumentos de preços estão bem acima da meta de 2% do banco central.

Os consumidores veem os aumentos mais rápidos vindos do aluguel (10,2%), que representa cerca de um terço do IPC. Cuidados médicos, alimentos e gasolina devem aumentar a um ritmo de 9,6%. A perspectiva para os custos da faculdade diminuiu 0,5 ponto percentual para 8,5%.

Os ganhos salariais previstos mantiveram-se estáveis em 3%, enquanto 36,2% disseram acreditar que a taxa de desemprego aumentará no próximo ano, o nível mais alto desde fevereiro de 2021. O desemprego está atualmente em 3,6%, um pouco acima do que estava antes da pandemia de Covid. a participação da força de trabalho permanece 1 ponto percentual menor.

A ansiedade aumentou ligeiramente em relação à estabilidade no emprego, com a probabilidade de perder o emprego no próximo ano subindo para 11,1%, um ganho de 0,3 ponto percentual que ainda está bem abaixo do nível pré-pandemia de 13,8%.

Brasil - Inflação recente foi surpresa e estamos abertos a analisar cenário, diz Campos Neto.

Dado recente de alta da inflação no Brasil foi surpresa e o Banco Central está aberto a analisar cenário se houver algo diferente do padrão, afirmou nesta segunda-feira o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Em evento promovido pela Arko e Traders Club, Campos Neto disse que o núcleo de inflação (que desconsidera itens mais voláteis) está muito alto e que é preciso avaliar a surpresa recente de alta nos preços para observar se essa tendência de alta muda.

A inflação brasileira deu o maior salto em 28 anos para um mês de março, segundo dados do IBGE apresentados na última semana, sob o impacto da alta dos combustíveis e com disseminação generalizada por vários grupos de produtos e serviços, atingindo 11,30% em 12 meses.

De acordo com Campos Neto, o movimento de alta foi puxado por preços de combustíveis, mas também por uma surpresa em vestuário e outros componentes.
Na apresentação, o presidente do BC afirmou, por outro lado, que o recente movimento do câmbio, com valorização do real, ainda não está totalmente refletido nos preços.
Em apresentações recentes, Campos Neto vem afirmando que o BC pode rever seus posicionamentos e aumentar o aperto monetário se observar novos choques sobre a inflação.

Gatilhos do dólar – Comentários
Por Guacyro Filho

O QUE OBSERVAR NOS MERCADOS PARA ESSA SEMANA.
Ao leitor que se recorda dos tripé de sustentação macroeconomico no qual divulgamos na última semana saberá ter uma leitura mais sensível do mercado cambial, veja abaixo a figura:

Fica fácil ter a percepção que diante de um cenário onde as commodities ameaçam uma correção em seus preços internacionais e os índices inflacionários em todo mundo continuam a sua escalada, o mercado de ações perde seu fôlego.

No Brasil, Campos Neto classificou, em evento nesta manhã, a inflação de março do país, divulgada na sexta-feira, como uma "surpresa" e disse que o BC está aberto a analisar o cenário se houver algo diferente do padrão.

O mercado segue atento aos posicionamentos do BC, que já indiciou pretensão de encerrar alta de juros em maio, embora parte dos analistas projete um ciclo mais longo por causa do avanço nos preços.

A questão da 'surpresa' pode refletir em um aperto monetário mais forte do que o esperado e isso, de alguma forma, faz uma ligeira pressão aqui em termos de preço", ainda observamos as bolsas norte-americanas em baixa, assim como commodities, como grandes influências para sessão negativa do Ibovespa.

Os formuladores de políticas do Federal Reserve vão tentar desacelerar a economia e conter a inflação.
As taxas mais altas tornam o dinheiro mais caro e os empréstimos menos atraentes. Isso, por sua vez, diminui a demanda para acompanhar a oferta, que ficou muito atrasada durante a pandemia. Menos demanda significa que os comerciantes estarão sob pressão para reduzir os preços para atrair as pessoas a comprar seus produtos.

Os efeitos potenciais incluem salários mais baixos, uma interrupção ou mesmo uma queda nos preços crescentes das casas e, sim, um declínio nas avaliações de um mercado de ações que até agora se manteve bastante bem diante da inflação crescente e das consequências da guerra na Ucrânia .
As condições financeiras pelos padrões históricos são atualmente consideradas frouxas, embora estejam ficando mais apertadas.

De fato, há muitas partes móveis, e o maior medo dos formuladores de políticas é que, ao conter a inflação, eles não reduzam o resto da economia ao mesmo tempo.

Calendário Econômico da Semana

Análise Técnica - Gráfico Diário
Dólar x Real: +0,34%

Análise Técnica - Gráfico Diário
Dólar INDEX: +0,09% (comportamento do dólar ante as principais moedas no exterior)

Observem nossos indicadores técnicos assim como os principais pontos de suporte e resistência:

Suporte 3	Suporte 2	Suporte 1	Pontos de Pivô	Resistência 1	Resistência 2	Resistência 3
98,59	98,86	99,02	99,28	99,54	99,70	99,97

 

Fonte: Reuters e Investing.com