Panorama de Mercado 04/06/2021

Visão de Mercado

Os mercados acionários norte-americanos subiam nesta sexta-feira, com as ações de tecnologia liderando a trajetória, à medida que um crescimento mais fraco do que o esperado no emprego aliviava preocupações sobre o aquecimento da economia, o que poderia causar um endurecimento precoce da política monetária.

Os principais índices de Wall Street caminham para avançar pela segunda semana consecutiva, com otimismo em torno da recuperação econômica em meio a uma série de dados encorajadores nesta semana.
Às 12:48 (horário de Brasília), o índice Dow Jones subia 0,25%, a 34.664 pontos, enquanto S&P 500 ganha 0,719558%, a 4.223 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq avança 1,38%, a 13.803 pontos.

Rentabilidade dos Treasures longos nessa tarde:

Os rendimentos do Tesouro caíram na manhã de sexta-feira após o relatório de empregos de maio, que mostrou um ganho menor do que o esperado no emprego.

O relatório da folha de pagamento não agrícola de maio mostrou que a economia dos EUA criou 559.000 empregos no mês passado. Os economistas esperavam que o relatório mostrasse algo próximo a 671.000 empregos adicionados em maio, de acordo com uma pesquisa conduzida pela Dow Jones.

O relatório foi muito aguardado porque os investidores acreditam que será um dado crucial quando o Federal Reserve se reunir no final deste mês
Nas últimas semanas, alguns banqueiros centrais sugeriram a possibilidade de desacelerar as compras de ativos do Fed, instituídas no ano passado para acalmar os mercados financeiros durante a pandemia. Essa redução é amplamente vista como o primeiro movimento que o Fed faria para endurecer sua política durante a recuperação econômica.
O vice-economista-chefe da Aberdeen Standard Investments, James McCann, disse em uma nota que o relatório de maio dificilmente alterará o caminho do Fed.

Radar de Mercado:

O real provavelmente permanecerá envolto num clima otimista nas próximas semanas, mas as perspectivas de médio prazo para a moeda seguem nubladas por preocupações de investidores sobre o ritmo de reformas, conforme os parlamentares se concentram na luta contra a Covid-19, mostrou uma pesquisa da Reuters.
Em meio a uma crise de saúde que custou a vida de quase 470 mil brasileiros, o real valorizou-se 16,1% entre a máxima desta sexta-feira e as mínimas do começo de março, quando se aproximou de 5,90 por dólar, beneficiando-se da recuperação econômica e do aumento acentuado das taxas de juros.
No entanto, a moeda continua sujeita a preocupações sobre a capacidade ou vontade dos políticos de lidar com ineficiências de longa data, à medida que o alívio da pandemia e os gastos sociais se tornam o centro do debate antes da eleição presidencial de 2022.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse na semana passada que o Congresso não estava em posição de apressar a reforma tributária, já que o processo demorou tanto tempo para avançar que valeria a pena levar mais alguns meses para garantir um resultado acertado.

Os gráficos mostram que a Ásia está muito atrás dos EUA e da Europa nas vacinações da Covid

A Ásia-Pacífico está lutando para vacinar sua população, já que as infecções por Covid-19 aumentam rapidamente em muitos lugares da região, alguns em níveis recordes.
Muitos governos asiáticos tiveram problemas para garantir vacinas, disse Benjamin Cowling, professor da Escola de Saúde Pública da Universidade de Hong Kong. Além disso, o sucesso inicial em conter o coronavírus na Ásia pode ter feito com que as pessoas vissem a vacinação com menos urgência, acrescentou.

Vacinação covid da Ásia

Os países da Ásia-Pacífico administraram coletivamente cerca de 23,8 doses da vacina Covid por 100 pessoas, de acordo com a análise da CNBC de dados compilados pelo site de estatísticas Our World in Data em 1º de junho.
Isso é muito abaixo das cerca de 61,4 doses da América do Norte por 100 pessoas e 48,5 doses da Europa por 100 pessoas, mostraram os dados. A África é a região com a campanha de vacinação mais lenta, e apenas 2,5 doses foram administradas para cada 100 pessoas, de acordo com os dados.

Economistas do banco francês Natixis têm monitorado o fornecimento de vacinas e o progresso da inoculação na Ásia-Pacífico. Eles disseram em uma nota no mês passado que, embora a escassez de oferta fosse um fator importante para a lenta vacinação da região, poucas economias ainda enfrentam esse problema atualmente.
Os economistas citaram Indonésia, Tailândia, Taiwan, Filipinas e Vietnã como aqueles que “ainda não conseguiram adquirir as dosagens necessárias para a imunização em massa”.
“Dito isso, a demanda do público continua fraca”, disse o relatório Natixis. “O ceticismo em relação às vacinas recém-desenvolvidas parece ser uma razão comum para a hesitação global. Mas é ainda mais na Ásia, onde uma contenção mais eficaz levou a um menor senso de urgência. ”

Líderes e retardatários

Na Ásia-Pacífico, Mongólia e Cingapura estão liderando com cerca de 97 e 69 vacinações totais por 100 pessoas, respectivamente, de acordo com Our World in Data.
Para trás estão muitas economias emergentes e de fronteira, como Vietnã e Afeganistão, mostraram os dados.

Vários mercados emergentes e de fronteira na Ásia contam com a COVAX - uma iniciativa global de compartilhamento de vacinas - para vacinas da Covid, de acordo com um relatório da empresa de pesquisas Fitch Solutions.
Mas o fornecimento da COVAX está agora em risco porque a índia restringiu as exportações de vacinas , disse o relatório. A Índia abriga o fabricante de vacinas Serum Institute India, um dos principais fornecedores de doses da Covid para a iniciativa.
Se as exportações indianas não forem retomadas em breve, muitos países de renda baixa e média-baixa que dependem da COVAX “verão mais atrasos” em seu progresso de vacinação, alertou a Fitch Solutions.

Recuperação na Ásia vs. Ocidente
Com base nas taxas de vacinação atuais, os economistas do Natixis projetam que apenas Cingapura e a China continental serão capazes de vacinar 70% da população dos respectivos países este ano - um cronograma semelhante ao dos EUA e do Reino Unido
Esse é o limite que alguns especialistas médicos dizem ser necessário para atingir a “imunidade de rebanho”, que é quando o vírus não se transmite mais rapidamente porque a maioria das pessoas está imune, devido à vacinação ou após ser infectada.
As economias asiáticas que ainda lutam para obter suprimentos de vacinas podem não atingir esse limite até 2025 ou depois, disseram os economistas.

O lento progresso da vacinação afetará algumas economias asiáticas mais do que outras, disseram os economistas do Natixis. Eles disseram que as Filipinas, a Tailândia e a Malásia têm a maior urgência de vacinação devido à falta de brilho no tratamento da pandemia ou grande exposição econômica ao turismo.
“Em suma, a Ásia passou de uma criança propaganda no sucesso da contenção a um retardatário na implementação da vacinação”, disse Natixis, acrescentando que as medidas de distanciamento social e as restrições transfronteiriças permanecerão em vigor por mais tempo na região em comparação com o Ocidente.
“A reabertura econômica mais ampla no Ocidente, baseada em um lançamento de vacina muito mais rápido, especialmente para os EUA e cada vez mais para a UE, pode aumentar a divergência, fazendo com que a Ásia pareça mais frágil em seu caminho para a recuperação e uma opção menos favorável para investimento.”

Gatilhos do dólar – Comentários

O relatório fraco de empregos nos Estados Unidos reduziu a perspectiva de um aperto precoce na política monetária, enquanto o otimismo com a recuperação econômica da zona do euro impulsionou a maioria dos setores.
No Brasil, o Real continua pressionado o dólar com sua atratividade e ampla margem de spread.

Análise Técnica - Gráfico Diário
Dólar x Real: -0,49%

O dólar testa um suporte estratégico configurado pelos grandes bancos, trata-se da banda de bollinger de 200 períodos. É pouco provável que o ativo rompa esse suporte em uma sexta-feira de baixo volume financeiro porém o ativo sinaliza quais serão suas reais intenções diante desse sentimento do mercado ávido por liquidez.

Fonte: Reuters e Investing.com